domingo, 26 de agosto de 2012

onde a luz é feliz...





*

Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
(BRANCO NO BRANCO)






Haz una llave, aunque sea pequeña,
entra en la casa.
Consiente en la dulzura, ten piedad
de la materia de los sueños y de las aves.

Invoca el fuego, la claridad, la música
de los
flancos.
No digas piedra, di ventana.
No seas como la sombra.

Di hombre, di niño, di estrella.
Repite las sílabas
donde la luz es feliz y se demora,

vuelve a decir: hombre, mujer, niño.
Donde la belleza es más nueva.

*
Eugenio de Andrade

Póvoa de Atalaya, Beira Baixa, 19 enero  1923 - Oporto, 13  junio  2005

1 comentario:

  1. Oi Cris
    Um lindo poema escolhestes para esse dia, minha alma anda querendo entristecer,sem motivos.
    É como uma luz que preciso acender ,reparar na claridade e na doçura que existe nas pequenas coisas.
    Obrigada por ser amiga,por indiretamente ser o canal que precisava nessa manhã de terça-feira.
    um abraço grande

    * está bem difícil publicar o comentário com essas letrinhas que o 'blogger' insiste em embaralhar.Se Puder , busque em 'Configurações' e diga não ok? esse é um procedimento que ninguém merece rsrs e não há proteção alguma.
    beijinhos

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